Ela tinha apenas 8 anos de idade quando estourou em terrotório nacional como a indiazinha do Filme Tainá. Hoje, com 22 anos, Eunice Baía é estudante de design de moda. Lá se vão 14 anos desde que um carro de som passou em sua rua, numa vila de chão de terra, em Belém (PA), anunciando que a produção de um filme procurava meninas da sua faixa etária. “Fui correndo falar para a minha mãe. Achava que era para aparecer na televisão”, contou ela.
Acabou sendo protagonista de “Tainá – Uma Aventura na Amazônia” (2001) e “Tainá 2 – A Aventura Continua” (2004), e assistida por mais de 1,5 milhão de espectadores ao cinema. Mãe de um bebê de um ano e meio, chamado Antonio, Eunice conta que, sem saber o que era atuar, teve que brincar de esconde-esconde com outras candidatas ao papel para que os produtores a conhecessem melhor. “Fui passando até chegar ao teste final”.
Embora seja descendente de índios da tribo Baré, Eunice teve que aprender muitas coisas que não faziam parte do seu dia-a-dia, como arco e flecha e palavras em tupi-guarani. O filme também foi responsável por uma transformação na vida da menina, que nunca tinha iso à escola. Foi só durante as filmagens que ela começou a aprender a ler e a escrever. Uma professora dava aulas nos intervalos das gravações.
Para quem não sabe, Eunice ganhou durante as filmagens uma nova mãe. É que a produtora do longa, Noêmia Duarte, se encantou pela indiazinha, sendo recíproca. Noêmia então adotou Eunice e as duas vivem juntas até hoje em São Paulo.
A jovem, que faz design de moda na capital paulista, não pensa em voltar para Belém, já que a nova vida lhe trouxe a “oportunidade de estudar em boas escolas”. Seus pais biológicos continuam na vila onde foi criada. Uma vez por ano Eunice os visita. A moça ainda fez participações na série “Amazônia” e no “Sítio do Pica Pau Amarelo”.